Drª. Isabel Antunes, Osteopata Especialista em Terapia Integrativa.
A Fibromialgia é uma doença crónica de caráter musculo-esquelética, tipo síndrome de dor miofascial, que se manifesta não só em dor e rigidez muscular , como também noutros sintomas que abordaremos adiante.
Sabe-se que a cada 10 pacientes com esta doença, de 7 em cada 9, são mulheres. A idade do aparecimento dos primeiros sintomas, é geralmente entre os 30 e os 60 anos, contudo há casos tanto de pessoas mais velhas, como também de adolescentes e até mesmo crianças.
As causas da fibromialgia são ainda desconhecidas, porém existem alguns fatores associados a esta síndrome, como o fator genético, em que há casos de mais de um indivíduo com a mesma doença na família, as infeções por vírus e as doenças autoimunes, ou até a trama física e emocional, que pode estar na origem da doença.
Relativamente aos sintomas, estes podem variar de intensidade, podendo estar associados a vários fatores como mudança de tempo; stress; alterações hormonais; depressão; ansiedade, ambientes frios ou, até um esforço físico mais intenso.
Cada paciente apresenta um quadro de sintomas diferentes e que podem variar ao longo da vida, tornando o tratamento mais complexo, bem como o seu diagnóstico, uma que vez que a fibromialgia não apresenta dados nos exames complementares de diagnóstico que confirmem ou excluam a doença.
Assim, o diagnóstico é baseado nas queixas do doente, no seu historial clínico e no exame fisíco que se baseia numa cartografia precisa de 18 pontos dolorosos, sensíveis ao longo do corpo – mais precisamente na região da coluna cervical, toráxica , cotovelos, nádegas , bacia e joelhos.Consideram-se ainda no diagnóstico dos 4 sintomas associados: Fadiga, perturbações emocionais, alterações do sono e dores de cabeça.
Durante muitos anos, os doentes com fibromialgia foram erradamente diagnosticados como doentes do foro psicológico, uma vez que os exames revelavam um bom estado geral, colocando-se dúvidas acerca desta “doença invisível”, como é frequentemente apelidada. Esta incompreensão, infelizmente, acabava por colocar os doentes em estados depressivos, com baixa autoestima, culpa excessiva bem como irritabilidade e ansiedade.
Pela sua complexidade, a fibromialgia é, a meu ver, uma das patologias que melhor explica os benefícios da complementaridade de especialidades. Aqui o foco é evitar a incapacidade física, minimizar ps sintomas e melhorar a saúde e a qualidade de vida, de um modo geral.
Concomitantemente ao tratamento farmacológico do doente, este pode optar por variados recursos terapêuticos como a osteopatia, a massagem, a acupunctura, dietoterapia, a hipnose, psicoterapia e a atividade fisíca direcionada, que não só irão aliviar os sintomas como a dor, o sono e os distúrbios emocionais, mas que, acima de tudo, irão proporcionar sem qualquer sombra de dúvida, uma maior qualidade de vida.
Aquilo com que nos deparamos em consulta, são doentes deprimidos e muito limitados no movimento porque sentem dores, tendendo a repousar. Contudo é uma ideia errada, pois a imobilização reduz a flexibilidade e a mobilidade, aumentando a dor, ou seja, torna-se num ciclo vicioso. Quanto mais tempo passar acamado, mais dificuldades terá em retornar à atividade diária.
Se tem fibromialgia, ou conhece alguém com esta doença, saiba que a Medicina Natural tem valiosos recursos para tratar esta doença. Não hesite em procurar ajuda!